sábado, 28 de janeiro de 2017

A PONTE

E foi assim que tudo começou ou melhor terminou! Foi em um fim de tarde, o outono já estava indo embora. Mas aquela ponte nada dizia e tudo falava.
Fiquei com um pouco de receio de passar por ela, mas aquela neblina me conduzia até o final. Sim estava com medo mas a imagem de uma pessoa na minha  frente me intrigava. Quanto mais eu adentrava mais longe ficava, aquela pessoa que eu não sabia se era real ou do além. As vezes ela olhava pra trás como se quisesse me avisar de algo, mas nada saia de sua boca. Olhei pra trás e não consegui ver nada, olhei pra frente e também não enxergava nada. Mas comecei a ouvir sons que estava perto de mim, sim cheguei no final da ponte e como de relance um vento veio e sumiu toda a neblina. Olhando para minha frente consegui ver um Teatro, adentrei e percebi que a pessoa que estava na minha frente havia aparecido novamente, mas desta vez consegui ver quem era.  Uma linda jovem que parecia querer me falar algo.  Ela saiu correndo sem que eu chegasse perto dela. Fui atrás e ela corria mais. Entrou em um dos camarins e abriu uma porta que saia no fundo do Teatro ou melhor embaixo dele. Havia muita poeira e terra. O chão era de terra vermelha e a moça olhava fixamente para os meus olhos, o medo já não sentia,  mas um arrepio me subiu dos pés a cabeça. E quando olho para frente ela não estava mais lá parecia uma brincadeira de pega pega. Comecei a procurar e cada passo que dava ficava mais escuro e o som de uma música se aproximava.  Era uma música dessas de caixa que se dá corda e la estava ela dançando como se nada estivesse acontecendo e quando me viu começou a chorar desesperadamente eu não sabia mais o que fazer fui me aproximando e ela deixou que eu sentasse ao seu lado,  e mesmo que ela não falasse nada pra mim eu sentia o que queria dizer. Olhei para o meu lado e vi um buraco, levantei e fui ver o que se tratava e sem pensar pulei pra ver o que tinha. Meu coração disparou e fiquei gelada parecia que ia desmaiar, eu vi um corpo deteriorando não dava pra reconhecer mas deu  pra ver uma echarpe vermelha era a mesma que eu estava usando na hora me veio nitidamente o que havia acontecido comigo, aquela moça bonita dançando tinha sido ela que tentou me salvar mas eu já estava morta e esperava por uma alma pura para fazer companhia para mim, mas isso não era possível e ela era mais uma vitima que eu tinha feito e quando me dei conta  la estava eu novamente, na ponte esperando por mais uma alma boa ou não tão boa. E atras de mim centenas dessas almas chorando compulsivamente.


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